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Em novembro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão decidirá o futuro das eleições de Nova Olinda do Maranhão, após o pleito mais acirrado do país ter sido marcado por graves denúncias de compra de votos. O atual prefeito eleito, Ary Menezes (PP), venceu com uma margem mínima de 50,01% dos votos válidos, apenas dois votos a mais que sua principal adversária, Thaymara Amorim (PL), que obteve 49,99%.
A eleição, que gerou grande expectativa na cidade, foi decidida nos últimos instantes da apuração. Thaymara chegou a comemorar a vitória quando 97% das urnas mostravam uma vantagem de 100 votos a seu favor. No entanto, o resultado final reverteu o cenário, consagrando Ary Menezes como vencedor.
Após o término do pleito, começaram a surgir denúncias de compra de votos em favor de Ary Menezes. Eleitores confessaram que foram abordados pela equipe do prefeito eleito e que, após a eleição, passaram a sofrer ameaças e represálias.
Danilo Santos, um dos eleitores que admitiu a venda de seu voto, revelou que foi procurado por Ary Menezes, Ronildo da Farmácia (MDB), vice-prefeito eleito, e Clecia Barros (Republicanos), aliada de Ary. “Eles me perguntaram o que eu queria em troca do voto. Eu pedi 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e a madeira para construir minha casa. Disseram que tudo já estava comprado, mas depois da eleição, não recebi o que foi prometido. Dois dias depois, um caminhão da prefeitura retirou as telhas da minha casa”, relatou Danilo.
Luciane Souza Costa, pescadora e moradora de Nova Olinda, também relatou ter sido ameaçada após seu marido aceitar dinheiro em troca do voto. “Depois que postei nas redes sociais apoio a uma vereadora que não era a indicada de Ary, começaram as ameaças de morte contra mim, meu marido e minhas filhas”, denunciou.
Defesas
Diante das denúncias, Ary Menezes emitiu uma nota afirmando que “a compra e venda de votos comprometem a democracia e devem ser investigadas pela Justiça Eleitoral”. Ele também se colocou à disposição para esclarecimentos.
Ronildo da Farmácia, o vice-prefeito eleito, negou todas as acusações. “Fizemos uma campanha limpa, sem oferecer dinheiro em troca de votos”, declarou.
A defesa de Clecia Barros também se manifestou, dizendo que “Clecia não tem conhecimento de captação ilícita de votos” e que sua trajetória política é pautada pela honestidade.
O TRE deverá analisar as provas e depoimentos apresentados e decidir se anula o resultado da eleição, o que pode levar à convocação de um novo pleito no município. A expectativa é que a decisão saia até o final de novembro, o que pode trazer desdobramentos importantes para a política local.
G1/Fantástico
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