A bandeira tarifária acionada para o mês de junho é vermelha patamar 2, com custo de R$ 6,243 para cada 100kWh consumidos
A partir de junho, haverá cobrança de taxa adicional de R$ 6,243 para cada 100 kWh consumidos (Foto: Divulgação) |
A conta de luz vai ficar mais cara a partir de amanhã, dia 1º de junho, em todo o País. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve pelo segundo mês consecutivo a bandeira tarifária vermelha, a mais cara, e elevou o patamar de alerta para o nível 2. Ou seja, a cobrança de taxa adicional em vigor no mês será de R$ 6,243 para cada 100 kWh consumidos, em junho.
No mês anterior, como o bandeiramento ainda estava em patamar 1, o custo que incidia sobre a conta era de R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Mais de dois reais de diferença.
De acordo com a Aneel, maio foi o primeiro mês da estação seca nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN), registrando condições hidrológicas desfavoráveis. Mas junho, com os principais reservatórios em níveis ainda mais baixos para essa época do ano, aponta para um horizonte com reduzida geração hidrelétrica e aumento da produção termelétricas.
“Essa conjuntura pressiona os custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) e o preço da energia no mercado de curto de prazo (PLD), levando à necessidade de acionamento do patamar 2 da Bandeira Vermelha. O PLD e o GSF são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada”, justificou a reguladora.
Criado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza ao consumidor o custo da geração de energia elétrica no País. Na prática, as cores e modalidades - verde, amarela ou vermelha - indicam se haverá ou não cobrança extra nas contas de luz.
A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, significa que o custo para produzir energia está baixo. O acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios e das chuvas.
A última vez que a agência reguladora acionou o patamar mais alto da bandeira tarifária foi em dezembro, após meses sem a cobrança adicional por conta da pandemia. De janeiro a março deste ano, a bandeira tarifária que vigorou no País foi a bandeira amarela, cuja cobrança é de R$ 1,343 a cada 100 kWh.
Sem trégua
É preciso levar em conta também que desde o dia 22 de abril os consumidores cearenses estão pagando mais caro em função da revisão tarifária anual da Enel, autorizada pela Aneel, que estabeleceu um reajuste médio de 8,95%.
Para os clientes de baixa tensão esse percentual foi de 8,54%, enquanto que para os consumidores residenciais foi de 7,55% e para as indústrias e grandes comércios, o índice aprovado foi de 10,21%.
O consultor em energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, explica que o bandeiramento tarifário é definido mês a mês pela Aneel, porém, em função do baixo nível dos reservatórios, é bem provável que o sistema de bandeiramento continue vermelho até o fim deste ano.
“O período chuvoso só reinicia em novembro, então, a não ser ocorra um fenômeno imprevisto da natureza, o que é muito pouco provável, devemos seguir com os reservatórios em situação muito crítica, fazendo com que as térmicas, que têm um custo de produção de energia mais caro, continuem a ser acionadas”.
Jurandir Picanço reforça que embora a bandeira vermelha sirva para ajudar a cobrir os custos das térmicas, serve também como um alerta ao consumidor para o uso consciente e o combate ao desperdício de energia. “E sempre é possível economizar um pouco mais”.
Novos aumentos podem vir por aí
Há ainda um outro fator de pressão sobre as contas de energia para os próximos meses. Terminou no último dia 7 de maio a consulta pública sobre a revisão dos adicionais e das faixas de acionamento para as bandeiras tarifárias no período 2021/2022.
As contribuições estão agora em fase de análise pelo órgão regulador, mas se prevalecer a proposta inicial da Aneel novos aumentos devem vir por aí. De acordo com o texto, haverá redução no valor da bandeira tarifária amarela, que passaria R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para 0,996 a cada 100 kWh. Porém, a bandeira vermelha ficará mais cara. O patamar 1 passaria de R$ 4,169 a cada 100 kWh para R$ 4,599 a cada 100 kWh. Já a bandeira vermelha 2 passaria de R$ 6,243 a cada 100 kWh para R$ 7,571 a cada 100 kWh.
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