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sexta-feira, 28 de julho de 2017

"Adesão do Maranhão" completa 194 anos e exposição ajuda a entender a história

Arquivo Público do Estado do Maranhão repune documento importantes daquela época
(Foto: Divulgação / Secretaria de Cultura e Turismo)

Maranhão era rico e tinha forte ligação com Portugal, por isso, resistiu até o último momento quanto a aderir à independência do Brasil em relação à Portugal. Foi preciso cercar São Luís por mar e ameaçar destruir a cidade para que o província se rendesse por completo. Isto foi no dia 28 de julho de 1823, há exatos 194 anos.

Para refletir sobre a data, a exposição “28 de julho, 194 anos da Independência do Maranhão, documentos e obras raras”, começou nessa quinta-feira (27) e vai até segunda-feira (31), na sede do Arquivo Público do Estado do Maranhão, que fica na Rua de Nazaré, no Centro Histórico de São Luís.

A Lei Estadual 2.457, que trata sobre o feriado é de 1964, mas até 2014, o feriado era pouco conhecido, tanto que a iniciativa privada não alterava a rotina. A partir de 2015, isso passou a ser fiscalizado pelas autoridades competentes e este feriado estadual não ficou mais restrito apenas às repartições públicas.

HISTÓRIA

O motivo da resistência maranhense à época era por conta da elite que dominava o Maranhão. O grupo não aceitava as ordens vindas do Rio de Janeiro, capital do Brasil Imperial, por ter interesse em continuar com as relações com Portugal por conta das situações política e econômica.

O termo oficial de adesão do Maranhão à independência do país foi assinado no dia 7 de agosto de 1823, na cidade de Caxias, distante 368 km de São Luís. A solenidade foi na Igreja da Matriz.

Thomas Cochrane, escocês, foi quem chefiou a esquadra de guerra da Marinha Brasileira. Como ele venceu a batalha, entrou para a história também como o primeiro marquês do Maranhão.

“No Maranhão, a adesão só acontece no dia 28 de julho, na Bahia foi 2 de julho e no Pará, 15 de agosto. Isso mostra como tínhamos projetos diferentes no país naquele momento. No caso do Maranhão, os interesses quanto a exportação, a manutenção da escravidão e as relações políticas eram muito mais vinculados a Portugal do que aquela ideia nova de união com o Rio de Janeiro”, disse o historiador Marcelo Cheche Galves.

Segundo o historiador, as tropas militares do Império chegaram ao Maranhão após desembarcarem por Piauí e Ceará. Eles entram no Maranhão na região onde hoje é o município de São Bernardo. De lá foram até as lavouras de algodão, às margens do Rio Itapecuru. Esta incursão foi por volta do início de junho. A região do Itapecuru aderiu imediatamente à ideia defendida pelas tropas do Império. São José de Matões, em Caxias, foi o primeiro vilarejo a aceitar a imposição.

Em São Luís, depois da batalha que resultou na adesão de todo a província à ideia vinda do Rio de Janeiro, os movimentos de resistência não pararam e vários eventos como conflitos em via pública e arrombamentos de lojas, por exemplo, foram registrados até o fim do ano seguinte: 1824.
Thomas Cochrane teve papel fundamental na história do Maranhão
(Foto: Reprodução/TV Mirante)

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